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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Centenário de João Clímaco Bezerra (Dimas Macedo)





João Clímaco Bezerra nasceu em Lavras da Mangabeira, aos 30 de março de 1913. Filho de Raimundo Nonato Bezerra e de Maria da Costa Bezerra. As primeiras letras ele aprendeu-as na terra natal, e as tomou no velho Grupo Escolar, com as professoras Amélia Braga e Rosária Mota.

Em Lavras, trabalhou no comércio local, transferindo-se depois para Fortaleza, onde estudou nos Colégios São João e Liceu do Ceará, do qual saiu para matricular-se na Faculdade de Direito da UFC, bacharelando-se em 1950.


Pela Escola de Comércio Padre Champagnat, diplomou-se contador, ali iniciando a sua carreira de professor. Exerceu também o magistério no Instituto de Educação Justiniano de Serpa, na Faculdade de Filosofia, na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade Federal do Ceará, e na Escola de Administração do Ceará.

Ocupou cargos importantes na vida pública do Ceará e do Brasil, tais os de diretor técnico de educação da Secretaria de Educação do Ceará, o de chefe de relações públicas do Banco do Nordeste e o de assessor técnico da Confederação Nacional da Indústria, no Rio de Janeiro, para onde se transferiu.

Estreou, em 1948, com o romance Não Há Estrelas no Céu, bastante elogiado pela crítica e com ele incorporando-se aos escritores tidos como criadores do romance cearense, deixando nesse livro marcas indeléveis da infância.

Em 1952, apareceu o seu segundo romance – Sol Posto– que, assim como o primeiro, foi publicado pela Editora – José Olympio, do Rio de Janeiro. Também de 1952 é a novela Longa é a Noite, considerada, por Sânzio de Azevedo, uma ficção de corte machadiano e de urdidura quase enigmática.

Em 2007 foi publicada, em formato de livro, a terceira edição dessa novela, pelas Edições Poetaria, sob minha responsabilidade. Orgulho-me, portanto, de ter concretizado esse grande projeto.


No terreno da cônica e da curta ficção, é autor dos livros: O Homem e Seu Cachorro (Rio, Serviço de Documentação do MEC, 1959) e O Semeador de Ausências (Rio, Editora Record, 1967); e para a coleção nossos clássicos da Editora AGIR, João Clímaco Bezerra escreveu os ensaios sobre Juvenal Galeno (1959) e Humberto de Campos(1965). 

De 1980 é o romance – A Vinha dos Esquecidos. Mas um de livros de maior relevo, a longa ficção – Os Órfãos de Deus –, ainda permanece inédito, desafiando a expectativa de seus leitores e admiradores.

Como jornalista, João Clímaco foi por longo tempo editorialista do jornal Unitário, de Fortaleza, órgão no qual manteve, diariamente, uma coluna de crônicas, praticando também a crítica literária e o ensaio com muito sucesso.Romancista consagrado pela crítica nacional. Contista, cronista, novelista e ensaísta, João Clímaco foi membro da Academia Cearense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 9, que tem como patrono Fausto Barreto, tendo falecido no Rio de Janeiro, aos 4 de fevereiro de 2006.