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domingo, 15 de setembro de 2013

Uma esperança: Uma balada de dois seres Ou A estranheza interpessoal (Ranieri Basílio)


 

Espaço: Em uma floresta de alheamento


Será dentro de nós mesmos que nos encontraremos, quando menos desconfiarmos, então arrependidos verteremos lágrimas pelo reencontro.

Para Nilto Maciel


O que é a verdade? Onde se projeta  
Seu minúsculo golpe? Quem padece?  
Tudo é mentira nessa insana meta  
Chamada de existência já sem prece? 
 Repara nestes teus membros, na manhã,  
Como lenços contorcem pelo vento,  
Nenhum vai nos dizer do teu afã  
Nem revelar o puro pensamento.

Já tudo é calma, manchas já se foram  
E somente o silêncio te responde.  
Atrás de ti pessoas distantes oram  
Desejando mostrar-te o que se esconde.  
As árvores balançam revoltosas,  
Na noite os frutos dormem calmo sono,  
Germinam fluidos vivos numas rosas 
 Que no futuro julgam o abandono.

Bebamos pelos tristes vis humanos!  
Ah toda dor se mostra nessas faces 
 Mais sem vida! Carregas os teus anos,  
Tentando os encobrir sob os disfarces.  
O teu nome gelado na tua boca  
Será apenas sonho sem prazer,  
Pois que a vida se fez lívida e oca 
 Nesse teu não falar que é te esquecer.

Olha para mim, chora não ter dito  
Tudo o que gostaria na hora devida, 
Lamenta-te esquecer do simples mito,  
Mito de amor fundido em nossa vida.


26 de agosto de 2013 

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