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domingo, 16 de março de 2014

O homem desoriental – XVIII (Mariel Reis)


Por que me tomar por árbitro
Se à volta possui a natureza
Para auxiliá-la no julgamento
De tão formoso encanto?

Por que me tomar por juiz
Vê quão longas minhas cãs,
Allah deu-mas como galardão
Coroam de brilho as manhãs.

Por que me tomar por mediador
A vida é um tropel fugaz
Por que não gozar de paz
Nas asas mansas do amor?

Voa à volta de minha tenda
O anjo Azazel em sua fúria,
Por que à toa agastar-se
Em disputa tão inútil?

Não, não posso ser o juiz
De tão infinita graça,
Nunca fui tão feliz...

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