(Carlos Augusto Viana)
Quando Carlos Augusto Viana estreou em livro, com Primavera Empalhada, a crítica o saudou como uma revelação na poesia cearense. Dimas Macedo, no artigo “Uma Nova Dicção na Poesia Cearense”, fala de “um livro cheio de metáforas e de símbolos, e que traz, na sua textualidade, algo de novo para comunicar ao mundo”. Mais adiante, o crítico afirma: “Seus poemas estão repassados de evocações e de sutilezas semânticas, ao mesmo tempo em que ricos de sugestões e significados”. Passados 20 anos, Carlos Augusto apresentou seu segundo livro: Inscrições dos Lábios. Ao leigo pode parecer que o poeta andou este tempo todo longe da Poesia ou do fazer poético. Na verdade, Carlos esteve sempre dormindo e sonhando, caminhando e descansando, comendo e bebendo com a Poesia, lendo e ouvindo Poesia. Exigente ao extremo, não se deixou conduzir pela mão da facilidade, da pressa e da vaidade. Anos a fio, teceu e desteceu túnicas e mais dalmáticas, pintou-lhas, recortou-as, lavou-as – até sentir prontas as obras da sua tecelagem.