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quarta-feira, 26 de março de 2014

Carta ao Prof. Dr. Francisco Correia Oliveira (U.F.C.) – Vianney Mesquita




A verdade poderá adoecer, porém nunca perecerá de vez
(Miguel de Cervantes Saavedra – Alcalá de Henares, 1547-1616).


Fortaleza, 19 de março de 2014

Prezadíssimo Doutor Chico.

Há algum tempo sem experimentar a satisfação de abordá-lo, o faço agora com vistas a cumprimentar e abraçar virtualmente o amigo e, na sequência, proceder a comentários – de leigo, evidentemente – a respeito da tese de doutoramento sustentada por um orientando seu, a mim submetida a uma revista técnica, sob o prisma da língua e do estilo.


sábado, 16 de novembro de 2013

Sobre Quintal dos Dias (Badida Campos)




 Nilto amigo:

li e terminei há pouco o seu delicioso livro "Quintal dos Dias". Sensação de ter lido um romance. O personagem principal (você, no caso), aparece em todos os "capítulos" e as descrições das alegrias e dores são comoventes. Baturité... (meu irmão casou com a neta do "Dr. João Ramos, com suas cem janelas"). Você foi um moço cercado de livros ("o jogador de bola cedeu lugar ao leitor" e cita o nome de meu pai como um dos seus autores. Incríveis os nomes das tribos indígenas que povoaram o Ceará e a sua memória é estupenda! Ah, e suas descrições de menino de interior: "Pelos punhos da rede, via o mundo escuro. Galos cantavam canções eternas no quintal de minha casa." Lindo! Minha mãe escreveu um livro autobiográfico ("Os galos da minha infância" e a história começa com ela menina e termina no dia em que conheceu meu pai, e explicava ter parado nesta época porque os "povos felizes não têm história".

O "Pedaço de Ferro" é maravilhoso! "Cavava buracos e poços, mudava o curso dos rios, derrubava florestas, revolvia montanhas". E você, como coronel mandão: " Faça-se ponte aqui. E vinha minha mãe a me contrariar: Saiam já de perto deste esgoto!" Ri muito. E que final de texto belo: "Súbito me vi na rua, só, sem mãe e sem brinquedo." Ah, você caminhou também, mesmo que por pouco tempo, por cima de tintas, pincéis e telas. E a mocinha chegando a sua casa, tocando a campainha e você: "A princípio, não lhe dei ouvidos. Dei-lhe todos os olhos".  Tive pena de Ailton. Morreu tão moço! E com a grande vontade de ver seus versos publicados. Pena grande também quando li que sua obra mais importante desapareceu num incêndio! E as bagunças, quando adolescente, no colégio! "Os professores liam fábulas e nós não queríamos saber nem de uvas, nem de raposas!" Delícia quando você, depois do texto sobre o recebimento dos prêmios, diz: "Agora peço, ao leitor paciente, permissão para me retirar. Preciso ler direitinho novo regulamento de concurso".

Enfim, amigo, me deliciei com seu livro. Minha admiração por você é grande, creia.

Receba o meu abraço afetuoso.

Badida

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domingo, 13 de outubro de 2013

Bilhete de Dércio Braúna





Meu caro Nilto,

Se teu primeiro livro era “mirrado, de poucas páginas, capa de causar espanto, sem abas, cheio de erros tipográficos”, isso nos idos de 1974 [p. 177], impressiona o quanto de escrita a esse mirrado livro primeiro se juntou. A mim ao menos impressiona. Essa verve leitora-criadora de mundo (do mundo) que tens e que brota (o preto do signo gráfico no branco da página) a cada novo livro. Poderia mesmo confessar uma boa inveja dessa verve que não cansa.
Parabéns por mais essa bonita escritura. Tão bem cuidada. Tão bem intitulada: “Quintal do dias” é mesmo título de alma observadora, dessas que sabem captar o desfolhar dos dias que nos rodeiam (e nos consume, nos fina e finda, afinal de contas) ao mesmo tempo que sabe olhar-se a si (passe a redundância) e pacificar esse desassossego em escrita.
Muitíssimo obrigado pela gentileza da partilha de teu “Quintal dos dias”.

Grande abraço,
Dércio

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domingo, 22 de setembro de 2013

Féa da puta (Carlos Trigueiro)




Olá, Maciel,
Li o seu belo livrinho (no sentido físico), pois é um grande livro em termos de depoimentos, efemérides, registros de pessoas, fatos e tudo o mais que cerca o fazer literário e o desfazer da alma. Todas as vezes em que “O Saco” é citado ainda me lembro das cervejas que tomamos, pelos fins do ano 1976, mais o pessoal do jornalzinho, num bar pelos lados da praia Formosa, talvez do Meirelles, talvez da Iracema, ou próximo ao Clube Náutico, ou, parafraseando o Saramago,  Deus saberá. Tenho desse dia (noite) algumas lembranças do Carlos Emílio, de você, e de outros nomes e vultos que se perderam na bruma do tempo.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sobre “Como me tornei imortal” (Badida Campos)



Nilto amigo: adorei o livro! 
Que pena senti de você não ter tido a "ousadia" de levar seus originais para a aprovação de Paizinho. Tenho certeza de que seria imediata. (No seu sonho, meu pai conversando com Tchecov!! Maravilha!!) Fiquei saudosa quando li que Pedro Salgueiro planejou uma reunião no bosque da Faculdade de Letras e minha mãe e irmã Natércia compareceram. Ri com o Hermes "brasiliano" ter lhe alcançado de chinelos e calção. E o final, delicioso: "Eu continuei mortal." Braga Montenegro, Francisco Carvalho, Adriano Espínola (meu primo, filho de tia Dulce e de Hildebrando Espínola - um dos homens mais inteligentes que conheci), Carlos d'Alge (foi meu chefe na Reitoria), Milton Dias (com o seu francês impecável), Caetano Ximenes, todos amigos íntimos de paizinho. O poeta F. Carvalho dizia sempre uma frase que eu adorava: “Minha irmã, sinto falta de namorados à tua janela." Belo o seu implícito agradecimento ao amigo Batista: "E logo o recinto se foi enchendo de estudantes... e os aplausos ressoaram fortes, vibrantes."  Gostei de Gilmar de Carvalho por ele gostar de meu pai. Bela e comovente a sua crônica sobre paizinho!! Lindo quando você diz (a mais pura verdade): "Outra grande virtude dele era a modéstia." Amei você dizer que Carlos Emílio, logo no primeiro dia, percebeu a sua indigência intelectual. Só vai rindo!!!Outra crônica que me fez rir muito: "Felipe Barroso e a Memória". "Revelou o nome do seu próximo documentário: "Subversivos". Interessado no assunto, pus-me a mentir." KKKK...Dimas Carvalho - genial:"ser que nasceu bem antes do princípio." Adoro seus excessos! "Pus-me a ler (o livro de Soares Feitosa) e me fui fascinando. Sentei-me para não desmaiar." Verdadeiro pesadelo: o dilúvio molhando seus livros e os de Tércia e depois o avião dando susto na volta para a terrinha. E o final precioso: "Acorda, Niltão..." Você quando fala das amigas, tem sempre um jeito doce e misterioso. Elas são quase inacessíveis, como Carmélia Aragão. Castelo de areia. Ainda rindo: "... além do haxixe e outras plantas medicinais".
Parabéns, amigo. Parabéns de verdade. Abraço muito carinhoso. Badida

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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estado gozoso (Carlos Vazconcelos)

                                   (Escritor Carlos Vazconcelos, ladeado por Dideus Sales e Luciano Bonfim)

Nilto,
Agradeço o envio do seu Como me Tornei Imortal – Crônicas da Vida Literária.
Li quase tudo de uma esticada.
Crônicas adoçadas com ironia e apimentadas de humor.

Li-as em estado gozoso.
Tive até uma crise de riso com a frase “Prefiro morrer analfabeto a deixar um filósofo amargurado.” (p. 120).
Esses risos gratuitos que nos assaltam.
Visualizei muitas daquelas cenas e daqueles lustrosos personagens.

Senti saudade do Manoel Bulcão, senti nostalgia dessas noites ganhas por nos perdermos em literatura e convescotes.
Até me perguntei: Por que nos afugentamos, Nilto, se não podemos afugentar a puerilidade gostosa dessas noites que viram crônicas?
Digo que gostei. Melhor: Gostei muito.

Acrescento que a edição está um primor, dá gosto tê-la nas mãos.
Abraço.
Carlos Vazconcelos

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sobre “Como me tornei imortal” (Sânzio de Azevedo)



            (Sânzio de Azevedo, poeta, ensaísta, historiador e professor de Literatura Brasileira)

Caro Nilto Maciel:            
Muito obrigado pela oferta do seu livro Como me tornei imortal que, antes de tudo, está belíssimo graficamente, como eu já disse à Albanisa. Obrigado também pelo capítulo sobre mim, altamente generoso. Senti falta apenas de uma alusão às cartas que trocamos, eu em Fortaleza e você em Brasília. No capítulo sobre o Raymundo Netto, flagrei uma pequena falha da sua memória: O Raymundo viajou a Aracati numa kombi comigo e com o Salgueiro. Foi quando o vi pela primeira vez. Bom, obrigado mais uma vez.
(...) Vivo me gabando de quase só escrever sobre defuntos, e defuntos muito antigos, mas, lendo seu livro, vejo que tenho interagido com um bocado de gente viva: fui amigo de Moreira Campos, sobre quem escrevi antes e depois de sua morte; escrevi um ensaio sobre um livro inédito do Francisco Carvalho, A Barca dos Sentidos, que ele terminou pondo como introdução do volume; prefaciei os 20 Sonetos do Amor Romântico do José Alcides Pinto, meu grande amigo; sou amigo do Caio; fui professor do Batista de Lima na Faculdade de Filosofia do Ceará; não era amigo do Gilmar de Carvalho, mas hoje posso dizer que sou; fui orientador do Carlos Emílio, uma façanha da qual me admiro até hoje; Adriano Espínola é um dos grandes amigo de hoje; Floriano Martins me entrevistou; Dimas Macedo já pôs epígrafes minhas em livros dele, e eu lhe dediquei meu último trabalho sobre a Padaria Espiritual; do Pedro Salgueiro, meu grande amigo, prefaciei O Espantalho; Dimas Carvalho foi meu aluno na UFC; do Poeta de Meia Tigela prefaciei o último livro, de título bastante complicado; Raymundo Netto é meu amigo; Carmélia Aragão foi minha aluna no Mestrado da UFC; Clauder Arcanjo fez uma entrevista comigo na revista Papangu, e no seu Novenário de Espinhos há um texto meu. E já escrevi sobre Nilto Maciel. E parece que esqueci o Virgílio e o Luciano Maia, que não estão no seu livro...
(...) Não  creio que haja problema na transcrição do que escrevi. Quanto à viagem a Aracati, seu engano foi apenas em falar na ida, quando, segundo eu soube, você veio com o Raymundo na volta. Mas é isso aí. Nem lembro o que escrevi, mas o que escrevi escrevi ("Quod scripsi scripsi"), como dizem que Pilatos disse...

Abraços. Sânzio de Azevedo 

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