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quinta-feira, 20 de abril de 2006

Um doutor em Poesia (Nilto Maciel)

(Sérgio Campos)


Conheci Sérgio Campos em 1987 e com ele me correspondi desde aquele ano até poucos dias antes de seu falecimento. Escreveu-me 52 cartas ao longo de oito anos. Escrevi-lhe, talvez, o mesmo número de vezes. A apresentação de um ao outro se deu pela mão (melhor dizer pela palavra) de Floriano Martins.

Quando nos conhecemos, Sérgio havia publicado quatro livros, que aos poucos me foi ofertando. A primeira dádiva me veio junto à primeira epístola, de 8/5/87. Não se tratava de seu livro inaugural, porém do quarto – Montanhecer. E dizia, já no segundo parágrafo: “É que circulam por aí tan¬tos livros, mormente de poesia, alguns tão sem raiz, alma, que a gente percebe estar-se deteriorando essa antes tão eficiente forma de mútuo conhecimento. Se recebo, desconfio; se envio, receio."

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Rede de cobras (Nilto Maciel)



O nome de Pedro Campos aparecia duas vezes na notícia das “atrocidades cometidas pelos fazendeiros contra os índios”. O jornal só podia ser dos comunistas.

– Até rima com jornalista.

Os homens da fazenda olhavam para o chão, parados, feito marmotas. Nem tossiam.

– Cambada de putos!