No meio da noite sentiu seca a garganta. Como se tivesse engolido fogo. Nem sequer uma gota de saliva na boca. Buscou entre os dentes um resto de comida. Na certa haveria líquido em qualquer pedaço de arroz. No entanto, a língua — pedaço amargo de carne — nada encontrou.
A geladeira, porém, devia estar repleta de garrafas com água. Por que, então, não pular da cama e correr à cozinha? O tormento desapareceria num minuto.