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quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Uma leitura das Insolentes patas do cão (Foed Castro Chamma)




Desde meados do século XIX a retomada do espírito renovador da Renascença que culminou na ficção com as obras de W. Shakespeare no sentido vertical de crítica de costumes, de um lado, e, de outro, no início da Modernidade com o Discurso do Método, tem nas narrativas de Poe e no movimento que se consolidou com Baudelaire no Simbolismo o prolongamento dessa retomada de modo a manter a Literatura em sua linha de frente a questão histórica do homem, seu destino, que a filosofia e a arte aprofundam desempenhando os escritores um exercício cujo fim é a defrontação do homem consigo próprio e a consciência de um mundo a ser por ele representado como sua identidade cultural. Neste sentido, mais de que uma função diletante a Literatura está comprometida com uma escavação psicológica que divide o pensamento em tempo mítico e tempo histórico.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Um simples boneco (Nilto Maciel)



Aberta a porta, Joaquim passeou a vista pela sala e pôs-se a abrir as janelas de vidro. Tudo em perfeita ordem, como haviam deixado no dia anterior. Mesas, cadeiras, armários, carimbos, cinzeiros, tudo em seus devidos lugares. Com pouco, chegariam os outros. E mais um dia igual ao passado. O mesmo toque-toque das máquinas, as mesmas perguntas, as mesmas tarefas, as mesmas horas lentas.