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quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Os belos olhos de Sônia (Nilto Maciel)


Bonita, para alguns. Simpática, gentil, generosa, para muitos. Seus olhos, porém, todos cortejavam. Os belos olhos de Sônia.

Aos vinte e poucos anos, descobriram-lhe mais um atributo: azarenta. Sim, só podia ser azar aquilo. Muito caiporismo. Ora, ninguém é atropelado três vezes em menos de um mês.

Muita sorte a dela, diziam os médicos. Escapar com vida de três atropelamentos! A maioria morre da primeira vez. Uns poucos chegam à segunda. Por milagre! 

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Uma leitura das Insolentes patas do cão (Foed Castro Chamma)




Desde meados do século XIX a retomada do espírito renovador da Renascença que culminou na ficção com as obras de W. Shakespeare no sentido vertical de crítica de costumes, de um lado, e, de outro, no início da Modernidade com o Discurso do Método, tem nas narrativas de Poe e no movimento que se consolidou com Baudelaire no Simbolismo o prolongamento dessa retomada de modo a manter a Literatura em sua linha de frente a questão histórica do homem, seu destino, que a filosofia e a arte aprofundam desempenhando os escritores um exercício cujo fim é a defrontação do homem consigo próprio e a consciência de um mundo a ser por ele representado como sua identidade cultural. Neste sentido, mais de que uma função diletante a Literatura está comprometida com uma escavação psicológica que divide o pensamento em tempo mítico e tempo histórico.