O que supõe a Moira ou Destino é o encontro do sujeito consigo mesmo nos confins do pensamento, onde a medida é o tempo que se estende recolhido pelo próprio indivíduo. Esta a causa sui do ser enquanto negação que o sujeito representa, recluso na subjetividade, lá onde arquiteta o vôo sem fim do pensamento na construção da realidade, a partir da imagem, a qual tem na imaginação o primeiro degrau de um campo recolhido ao delineamento concreto da razão. A extensão do tempo é a substância do pensamento; o corte em sua medida por outro lado é o desmonte estrutural da base que serve à imagem transmudada em realidade. De maneira que capturar o pensamento na fonte antecipando-se ao tempo constitui função operacional tanto do historiador quanto do ficcionista, este preso ao cânone (arcaico) da Arché, cujos arquétipos foram substituídos ainda na Ática pela figura do herói. No ser sobrepaira o sujeito articulador do mito e por fim da história a qual, em sua pluralidade, é transformada em unidade emblemática do Eu. O ficcionista e o historiador estão em princípio comprometidos com o descortino do subjetivo e do concreto, cuja dualidade corresponde vale dizer a tempo e espaço.