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terça-feira, 24 de outubro de 2006

Prelúdio para a morte de César (Nilto Maciel)


Fazia muito calor, as muriçocas cantavam ao pé do meu ouvido, os cachorros latiam longe, em cadeia, insones e monótonos, e eu não conseguia dormir, por mais que remexesse os baús da infância. Banhos de rio, o tempo das chuvas, cantigas de roda. Onde está a Margarida, ô lê, ô lê, ô lá; onde está a Margarida, ô lê, seus cavaleiros.

Em dada hora, ouvi a voz de César. Falava com a mãe e perguntava pelas irmãs. Depois tudo se calou e só eu falava comigo mesma e cantava para me ninar.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Nilto Maciel, o mago do conto (Silvério da Costa)



 
Há tempos vinha dizendo para mim mesmo que o Nilto Maciel era um dos maiores contistas brasileiros da atualidade. Minha dúvida consistia em saber se existia no Brasil alguém que o superasse na difícil arte de narrar histórias curtas. Depois de ler o seu excepcional Pescoço de Girafa na Poeira, 1º lugar na categoria conto, na Bolsa Brasília de Produção Literária, 1998, da Fundação Cultural do Distrito Federal, a dúvida foi debelada.