A notícia da morte de Luís Lamento arrastou para as ruas milhares de pessoas. O choro coletivo inundou as cidades num abrir e fechar de olhos, feito rios transbordantes. Alguns grupos iniciaram saques e depredações. Porta-vozes do governo trataram de desmentir a tragédia, antes que os pequenos tumultos se transformassem em grandes distúrbios. Apesar disso, os mais radicais não desistiram de quebrar vidraças, incendiar carros e praticar toda a sorte de vandalismos. A maioria, porém, conteve as lágrimas e voltou para casa. E a polícia baixou o pau em cima dos descrentes. Presos alguns, feridos outros, no início da noite acabaram-se as escaramuças.
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sábado, 18 de novembro de 2006
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Estaca zero (Dimas Macedo)
Num dos trechos da novela A Guerra da Donzela, do escritor cearense Nilto Maciel, pode ser lida esta assustadora interrogação: quem, todavia, poderá conter as palavras?”. Conhecendo, como conheço, as possibilidades da escritura de Nilto Maciel, responderia que certamente não seria Cesário Valverde, o torturado e inquieto narrador do seu último romance, um personagem com certeza colocado à margem do próprio discurso que deliberadamente busca resenhar.
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