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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Colombo e as carícias (Nilto Maciel)


(Jangadeiro, Theo Amaral)

Desnorteados, Colombo e sua jangada vagavam pelo mar das tempestades. O sol há muito se metera nas profundezas das águas. Nenhuma estrela indicava rumos.

Era esperar pelo pior. Horas e dias de perdição, fome e sede. Depois a morte.

E o jangadeiro adormeceu.

As correntes, entanto, levavam a jangada ao reino do deus-dará. E antes do amanhecer aportou numa remota ilha. Encalhou na praia.

O abismo (Manoel Hygino dos Santos)



 
Ronaldo Cagiano já me alertara para os méritos de Nilto Maciel no difícil campo das letras. Agora, Vasto Abismo, novelas, comprova-me a qualidade literária desse cearense de Baturité, radicado em Brasília, feliz trabalhador na poesia e na prosa, já com tradução ao esperanto, espanhol, italiano e francês. Maduro, como o vê João Carlos Taveira, “não é só um escritor. Além de um bom escritor e de um imprescindível articulador literário, é o artista da palavra que sabe compreender e assimilar os avanços estilísticos de seu tempo. E, como tal, procura, sem nenhuma demonstração de cansaço, o aperfeiçoamento do próprio estilo, para melhor conduzir a narrativa na construção de seus personagens”.