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quinta-feira, 29 de março de 2007

Carlim (Nilto Maciel)



Apesar de muito vivido, Carlim não entendia quase nada do que falavam as pessoas. Nem mesmo porque o chamavam dos mais variados nomes e nunca de Carlim. Aliás, esse nome ele mesmo se deu.

Andava um dia perdido, porém satisfeito, quando parou junto a um muro e sua sombra. Só queria descansar e situar-se. Talvez não estivesse tão longe de casa. Isto é, de seus amigos, da rua onde costumava dormir. 

terça-feira, 27 de março de 2007

O discurso poético enquanto máscara: fragmentação, drama e exterioridade na obra de Pedro Casariego Córdoba (Ana Maria Ramiro)


"Lancei um piano ao mar para que se
convertesse em pianola. Acreditava que a
linguagem dos homens coincidia com a
do universo".
(Pedro Casariego)

Autodestruição, marginalidade e loucura são algumas das facetas estimuladas pela angustiante metáfora existencial dos poetas suicidas. A angústia inerente aos mortais, condenados desde o dia do nascimento à figura imprecisa da morte, transforma estes autores em estilistas do desencanto, em "mortais impacientes". Muitas vezes, a idéia ou metáfora da morte aparece na obra como uma espécie de profecia ou ainda como uma forma de exorcismo das verdades que não podem ser assumidas conscientemente, mas que acabam por transparecer no discurso poético.