Japonezinho mirrado, já velho, enrugado, banguela. Vigiava carros num estacionamento. Em troca recebia minguadas moedas. Quando a fome apertava, corria ao vendedor de pastéis. Esmigalhava com os dedos a iguaria e enchia a boca de farelos de carne moída e trigo assado. Pedia caldo de cana e sorria. Os moleques o chamavam de “japa”. Ele se zangava, cuspia farelos e pingos de caldo.
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segunda-feira, 2 de abril de 2007
quinta-feira, 29 de março de 2007
Notas poéticas – Sobre a sensibilidade casimiriana (Henrique Marques Samyn)
(Casimiro de Abreu)
A despeito de todas as tentativas em prol da recuperação do valor poético de Casimiro de Abreu, o vate fluminense continua sendo considerado, na maior parte das vezes, um inofensivo poeta menor e popularesco. A verdade, no entanto, é que o grande valor de Casimiro está justamente no que nele é mais reprovado, ou seja: em sua dicção, tão ingênua e falsamente simples – uma falsa simplicidade que também caracterizaria a dicção de um dos maiores poetas brasileiros, Manuel Bandeira, admirador de Casimiro e nascido cerca de cinco décadas depois deste.
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