
Abriu a porta e o som do piano o inundou todo. Não conseguia enxergar nada. A não ser o palco, o pianista, o piano, mesmo assim sob uma luz pouca. Tateou espaldares de cadeiras. Tocou os dedos numa orelha. Ouviu um muxoxo feminino. Seguiu a passo de medo. E se não encontrasse uma cadeira vazia? Já quase acostumado ao ambiente, ainda mal enxergava as cabeças dos espectadores. Todos em silêncio, atentos à música vinda do palco. O artista não tirava os dedos das teclas. O retardatário parava, forçava a vista e nada de ver onde sentar-se. Caminhou mais para as primeiras filas de assento. Diante do palco finalmente viu uma cadeira vazia. Sentou-se, ajeitou-se e olhou para o homem de terno preto no palco. Conhecia a
