
O mais novo livro de Paspa Tordre, intitulado Os Filhos de Lilith, tem recebido as mais acerbas críticas. Desde criança Lilith quis ser fêmea humana, embora fosse deusa ou demônio feminino. Fantasiava-se de mulher, pintava-se, dançava, requebrava-se. E cresceu muito bonita, encantadora. Sonhava com heróis, homens fortes, guerreiros, reis. Imaginava cópulas intermináveis com seus amantes imaginários. E dessas relações nasciam crianças também fortes, futuros heróis. Lilith queria se perpetuar em muitos filhos. No entanto tinha consciência da transitoriedade da vida. Com a velhice também chegava a infertilidade. Assim, não se conteve mais e passou a freqüentar os leitos dos homens mais poderosos de sua terra, casados e solteiros. Conheceu o rei Gilgamesh. Coabitou com ele em suas noites de maior cansaço, exatamente durante o período da construção da muralha de Uruk.