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segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Opai a flecha a gosto (Clodomir Monteiro)



Quem gera a flecha octogonal


I
Introdução do pai outono
o pai na flecha que o define
não finda o fim de quem o tem
se quem não tem vivo o seu arco
vive a procura pela haste
arremessada sem a ponta
II
constante arte armadeira
constante a haste de madeira
provida pedra aguçada
pontuda tem inconstante ferro
flèche a origem fala mecha
penas ou barbas nesta langue
III
objeto forma da flecha
se quem ataca quer vencer
munida vem de um entalhe
adaptado à corda d`arco
o pai será bem conformado
ele objeto flecha e seta
IV
pai geometria octogonal
a quem do raio perpendicular
à corda o pai acerta geometria
flecha jungida entre esta e o arco
gera figura a outra flecha bela
da natureza parteira da vida
V
na arquitetura dos arque dutos
agulha de piramidal remate
da torre igreja obra sacro oficio
templo arquiteto demais edifícios
o pai agulha construtor profano
provê fachada santos aquedutos
VI
paterna construção mecânica
Pai curvatura viga que situa
peça obediente transversal esforço
integra inteiro o seu comprimento
à largura abaixo e acima flutua
não cria só com a terra mãe atua
VII
reina sagittaria montevidensis
na embocadura também reina flecha
do pai rebento enxerto terminal
flecha galocha a proteger a brecha
inflorescência fogo das gramíneas
pai planta aquática ornamental
VIII
botão da paternidade botânica
sinal do desenho certeira flecha
durante a vida educa e dirige
pai quase sempre martim - pescador.
busca comida outonando amor
flecha de parto filho pai revive

Rio Branco, 1 / 2 – 8 – 2007
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sábado, 11 de agosto de 2007

Lilith segundo Paspa Tordre (Nilto Maciel)



















O mais novo livro de Paspa Tordre, intitulado Os Filhos de Lilith, tem recebido as mais acerbas críticas. Desde criança Lilith quis ser fêmea humana, embora fosse deusa ou demônio feminino. Fantasiava-se de mulher, pintava-se, dançava, requebrava-se. E cresceu muito bonita, encantadora. Sonhava com heróis, homens fortes, guerreiros, reis. Imaginava cópulas intermináveis com seus amantes imaginários. E dessas relações nasciam crianças também fortes, futuros heróis. Lilith queria se perpetuar em muitos filhos. No entanto tinha consciência da transitoriedade da vida. Com a velhice também chegava a infertilidade. Assim, não se conteve mais e passou a freqüentar os leitos dos homens mais poderosos de sua terra, casados e solteiros. Conheceu o rei Gilgamesh. Coabitou com ele em suas noites de maior cansaço, exatamente durante o período da construção da muralha de Uruk.