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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

À minha mãe (Ailton Maciel)
















I
Minha mãe, quando contemplo
Teu santo vulto formoso
Brilhando no santo templo
Do coração meu queixoso!
II
Minha mãe, quando te sinto
Cheirando à rosa tão linda
Que viça no labirinto
Do meu viver que é rosa ainda;
III
Minha mãe, quando te vejo
No campo azul florestal
Entre um canto e um voejo
Do meu soluço lirial;
IV
Minha mãe, quando, afinal,
Te vejo escutando linda
Um pobre madrigal
Entre prole tão infinda...
V
Minha mãe, te quero tanto,
Te adoro com tanto amor,
Não posso dizer-te quanto
Te vejo no resplendor!
VI
Um desejo eu tenho insano
De te beijar de mansinho,
Sem te causar nenhum dano,
Cheio de amor e carinho!

13/7/59
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terça-feira, 14 de outubro de 2008

A flor (Teresinka Pereira)

















Esta manhã
tirei uma flor da jarra
e saí pelo mundo.

Na calçada da rua
a flor murchou
ao notar o assombro
dos meninos pobres
que jamais tiveram
a oportunidade de ver
um bosque florido
ou um pomar frutífero,
mas ajuntam papel de lixo
para reciclar.

No abismo de suas vidas
eles são criticados porque
andam sujos e sem consciência.

Joguei a flor no chapéu
de um velho mendigo
que me pediu "uma esmola
por amor de Deus."
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