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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Viagem ao universo africano (Adelto Gonçalves)

Para quem quer conhecer as literaturas africanas de expressão portuguesa Angola e Moçambique: experiência colonial e territórios literários, de Rita Chaves, é um caminho seguro.




Reunindo textos que abrangem um esforço iniciado ao final da década de 1980, quando o interesse no Brasil pelas culturas africanas ganhou maior intensidade, e chegam até o começo do novo século, o volume é, porém, o resultado de um trabalho de três décadas de paixão pela literatura africana de Língua Portuguesa, pois foi em 1978, sob a orientação de Vilma Arêas, na Universidade Federal Fluminense, que a autora descobriu o seu caminho para o continente africano. Desde então, não se limitou apenas àquelas viagens interiores que se costuma fazer através dos livros, mas percorreu in loco a África do Atlântico ao Índico, tendo sido professora visitante na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, entre os anos de 1998 e 2000.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Soneto (Ailton Maciel)
















Et le voyant pleurer, je m'écriai:
Jeunne, homme,
Porquoi venir si triste en ce joyeux séjour?
Dis-moi pour te calmer le nom dont on te nomme!
Il me dit doucement: Je m’appelle l’amour.
Maurice Rostand
Numa noite calma de algidez cortante,
de tétricas visagens a vagar,
passava assobiando um viandante
entre insetos noctívolos a voar!

De repente... parou por um instante
e, tácito, ficou a meditar:
“Pra onde irei em passo ofegante,
“Se não tenho um casebre onde pousar!?

“Pra onde irei? Todos me querem um dia,
“depois me deixam assim sem pousadia,
“à procura de um lar sempre a errar?”

...E saiu a correr o viajor.
O seu nome reluzente era amor,
meu coração, coitado, era o seu lar.

Fortaleza, 14/2/65
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