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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Soneto (Ailton Maciel)



É bem tristonho o amor congratulado
entre sonhos que não se realizam,
e em dois olhos femíneos procurado,
sendo as próprias correntes que deslizam.

Sobre um peito deixando-o esfacelado;
sendo algozes sem dó que martirizam
o corpo e a alma!... Amor purificado
com sonhos que jamais se concretizam!

Assim é o teu amor: vives zombando,
eu te falei de amor, não me escutaste
e os ouvidos, sorrindo, tu vendaste!

Mesmo assim continuo ainda te amando,
que embora só desprezo tu me dando,
somente com um olhar me consolaste!
Fortaleza, 11/2/59
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Jogos (Pedro Du Bois)



Todos os sonhos
terminavam
no copo de cerveja
durante o intervalo

gratificado com o refrigerante
tentava entender por que os olhos
se modificavam em vermelho

paletó e gravata
chapéu

na volta
perdendo ou ganhando
não havia mais a graça da ida
nem conversas sobre sonhos
e futuros

só o bafo
e o cansaço do menino.

(Pedro DuBois, em O MOVIMENTO DAS PALAVRAS)
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