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sábado, 13 de junho de 2009

Fantasmas (Ailton Maciel)



I
Tive um sonho ... sonhei que me encontrava
Numa distante selva onde reinava
Só a violência e o medo.
E lá eu estava, pesaroso e aflito,
Com pasmo e medo, sem soltar um grito
Nesse horrível degredo!

II
Nesta agonia eu sucumbia aos poucos,
Os rugidos ouvindo, sevos, roucos
Dos leões esfaimados:
Em certa hora eu caía contorcendo,
A tremer, sem gritar, ia morrendo
Na boca dos malvados!

III
Mas, lesto alguém chegou, puxou da espada,
E correram os leões em disparada
Com um imenso furor!
E pasmado correu o meu algoz
E eu disse já a chorar, tremendo a voz:
– Diz-me quem és, Senhor!

IV
De repente eu vi homens estupendos,
E sete espectros, ápodes, horrendos
Em silencio profundo!
Depois só vi fantasmas, magros, feios,
De chagas e feridas todos cheios,
Só seres do outro mundo!

V
No mistério eu fiquei absorto,
Com sudorese fria, quase morto,
a cair e a gritar...
Então do corpo o medo eu dissipei...
Moribundo do chão me levantei,
Começando a falar:

VI
Ó tu, quem és, fantasma horripilante,
Com olhares de fera devorante
Quem és tu, estrangeiro?
Eu ... eu quem sou? Já te direi, espera...
O meu peito referve e dilacera
O corpo meu inteiro
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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sobre "Olhos azuis - ao sul do efêmero" (José Antônio Zago)


Há mais de uma década tenho contato com os textos de Emanuel Medeiros Vieira. Recentemente li o primeiro volume de suas memórias, sobre o qual escrevi algumas linhas e as enviei ao autor.