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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Paixão (Poema de Pedro Du Bois)



Apaixonei-me pela luz e a persegui

em beira mares, tive com a areia

atritos indesejáveis: a luz

e os pés molhados; perdi

a batalha, meu refúgio é o escuro

vão da escada, onde guardo

tralhas desconsideradas: rabisco

a poeira com palavras versejadas:

poderia anotar os dias.
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carlos Vazconcelos: Próximo dos modelos (Nilto Maciel)



O début de Carlos Roberto Vazconcelos no universo dos livros se deu com Mundo dos vivos (Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2008), reunião de 32 peças curtas de ficção. O título é vulgar, o que não quer dizer quase nada, pois muitos títulos pomposos, esdrúxulos e mesmo poéticos escondem apenas lixo, rebotalho. Vulgar porque está até nos ditados: “o mundo é dos vivos”. Entretanto, como explica o autor em nota, “o mundo dos vivos é um assombro”. Seja como for, seria preferível o título de uma das narrativas, como “A inescrutável face da morte” e “Sem vento, à deriva”. Mas gosto não se discute, como diz outro ditado.