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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Filho (Pedro Du Bois)

(Arte de Chico Lopes)

Eu, filho imprevisto

do outono faço desabar

mistérios e dos céus

em acometimento

rasgo espaços e me faço

alegre ao desgaste: estar

preciso na estação derradeira


eu, filho inaudito

acometido em vida

desvisto os olhos

e nego enxergar

ao longe o horizonte.

http://pedrodubois.blogspot.com/
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sábado, 21 de agosto de 2010

Recortes (Simone Pessoa)

(Quadro de Chico Lopes)

simoneps@fortalnet.com.br

Revivi minha infância em companhia de minha avó, no centro de cidade. Lembrei-me da forma como passeávamos de manhã cedo à beira da praia. Nostalgia? Talvez. O certo é que todos nós temos uma necessidade interior de fortalecermos os nossos elos com o passado. Esse encantamento dos tempos de criança levarei para o além.

Mas a passagem do tempo é assim mesmo, nos transforma! Vivemos por viver a vida de algo ou alguém. Um abismo que toca o meu abismo. E no final continuamos os mesmos quadrados de uma só cor, ofuscados pelo brilho diferente e mais jovial de cores vibrantes.

Que oportunidades te estimulam e ambiciosamente te lançam para conquistar? Perguntas que vão construindo um ideal. O que importa é o enigma, é a pergunta, a curiosidade. Os reinos subjetivos mais presentes e fortes do que a “realidade”.

A escrita nos revela. Escrever é para mim um sonho acalentado há muitos anos. Quisera eu ter o domínio da palavra e a capacidade de transpor para o papel as inquietações do meu espírito. É adicionando poesia em nossas vidas que temos um sabor bem diferente...

O texto merecia uma música de fundo e coloquei More Than Words. Profundo, firme e verdadeiro. Um toque todo especial de poesia.

Às vezes acho que é injusta a roda da vida, tanta luta, tanto amor e um dia tudo acaba... Porém, a felicidade não custa muito. O apreciar dos pequenos gestos, das coisas simples da vida, é o que nos faz verdadeiramente felizes. O importante é sentirmo-nos descarregados, despoluídos, limpos, enxaguados e leves. Assim, segues te autocriando...

Tratar o problema do outro é também parte do nosso problema. A humanidade só caminhará para o bem quando todos tiverem consciência disso. Um convite a sairmos de nós mesmos e irmos à luta em busca de ajuda ao próximo. Isso demonstra com nitidez o grande sentimento de humanidade.

Quanta sensibilidade! Quanta sabedoria! Mas o curioso é que, ao contrário do que se poderia supor, todos os pensamentos acima foram formulados exclusivamente por leitores desta coluna e não pela cronista que ora escreve.

Nessa página, resolvi homenagear meus leitores. E a maneira mais autêntica que encontrei foi reproduzir trechos de mensagens e manifestos enviados por eles. Assim, leitor, você poderá se enxergar nesses recortes e reivindicar a coautoria.
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