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terça-feira, 14 de setembro de 2010

A respeito de "Jogo de palavras de Joaquim Branco"

Emanuel Medeiros Vieira

Muito tocante a tua crônica, Nilto. Extremamente lírica. Mais velhos, parecemos, como dizer?, mais enternecidos, mais compreensivos com o mistério da vida e do mundo. Não? Antônio Cândido falava da simpatia humana do homem desencantado. A situação que transfiguras (um momento da vida) -, pegar um envelope, a moça linda, aquela velha e boa lubricidade contida, que não pode nos largar, a homenagem ao Joaquim, Branco. Falo isso desde os 20 anos: mas ainda me dói o esquecimento pela maioria de tanta gente boa, tanta gente esquecida. Mas toquemos. Parece que estás mais solto, mais lúdico, mais terno. Eu também não sou mais o "fundamentalista ideológico", irado, como um pároco... Na outra encarnação, devo ter sido pregador... Agora, "toco" a vida. No fundo, penso muito no tempo, e sou um velho existencialista... Perdoa o psicologismo deste pobre homem do Desterro... Parabéns! Abração do Emanuel (Medeiros Vieira)
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Hóspedes do vento, de Chico Lopes

(Publicado originalmente em “Monte de leituras”, blog MONTE DE LEITURAS do Alfredo Monte, )

Jorge Luis Borges afirmava que Henry James era um “habitante resignado do Inferno”. Ao longo das coletâneas Nó de Sombras (2000) e Dobras da Noite (2004), Chico Lopes—não por acaso tradutor e admirador do autor de A Volta do Parafuso—delineou muito claramente o “Inferno” específico por onde se movem seus personagens. Em termos espaciais, ele poderia ser circunscrito pela seguinte passagem, que consta do seu terceiro livro, Hóspedes do Vento, lançado este ano (pela Nankin):