(Oscar Wilde)
Ia-se a tarde trôpega pelas veredas de minhas retinas cansadas, quando me assustou o ronco metálico da campainha de minha casa. Esquecera-me do combinado no dia anterior: Ivan Monteiro queria me conhecer. E perguntara: Posso me acompanhar de uma amiga? Pode e deve. E me abraçaram a juventude dele e a beleza dela. Feitas as apresentações, pusemo-nos a falar desordenadamente. Ambos estudantes de Letras. Ouviram falar de mim num boteco do Benfica. Meu nome anda assim enxovalhado desde que me arrisquei a frequentar a noite de Fortaleza, ao lado de Pedro Salgueiro, Raymundo Netto, Felipe Barroso, Manuel Bulcão e outros habitantes das cavernas do etilismo (não confundam com elitismo) literário. (Ó, desculpem minha confusão mental: eu queria falar de sua adoração por Dioniso e por Bach e chamá-los de dionisíacos e bachianos).