Maria Cristina Batalha
Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense e Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autora de diversos artigos publicados em revistas especializadas nacionais e internacionais
Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense e Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autora de diversos artigos publicados em revistas especializadas nacionais e internacionais
(Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann, 1776-1822)
________________________________________RESUMO
Se o gênero fantástico surge na França com as obras Le diable amoureux, de Jacques Cazotte (1772), e Le manuscrit trouvé à Saragosse, de Jean Potocki (1805), estas permanecem estreitamente vinculadas aos modelos narrativos do século XVIII e não conseguem impor-se na cena literária dominada pelo princípio orientador da verossimilhança. Na Alemanha, a explosão de fantasia, presente no maravilhoso de Achim von Arnim, traz um fermento novo ao romantismo nesse país e possibilita a evolução do gênero até alcançar a riqueza de recursos ficcionais trabalhados por E. T. A. Hoffmann em seus contos fantásticos. É então a partir das traduções da obra do contista alemão, ou seja, a partir de 1829, que o caminho da literatura fantástica é restabelecido neste país, inspirando alguns autores românticos franceses. No breve intervalo entre os anos 1830 e 1840, a literatura fantástica se apresenta, mais uma vez, como uma resposta à crise política e ao marasmo no qual a ficção francesa estava mergulhada, ganhando projeção e foro de literatura hegemônica. Mas, como mais um mito romântico, ela perde seu fôlego e acaba como paródia de si mesma na própria obra ficcional de Gautier, contista fantástico de primeira ordem, e que, pelo viés da ironia, promove a crítica à literatura de seu tempo.
Palavras-chave: literatura fantástica, romantismo, quebra de cânone, crise da representação
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