O título Como fumaça erguidos (Fortaleza: Premius, 2010) saiu de Empédocles: (...) “e breve parte de vida em suas vidas tendo visto, / logo mortos, como fumaça erguidos, se dissipam” (...). Eduardo Luz é o autor. A obra é apresentada por Leite Jr – que leu os originais –, em “Um incenso para os deuses”. Lembra a trajetória de vida e na Academia do professor Luz: a infância no Rio de Janeiro, a paixão pelo futebol, a mudança para Fortaleza, a formação em Engenharia e Administração, a participação no GAPA, Grupo Arte por Arte, “no qual exercitou seu dom poético em versos que são cromos daquele Brasil”, a publicação dos romances Sangues e Quer vele, quer sonhe (1982), Lembrar, lembrava (1984) e Depois-depois das guerras (1985) e, agora, os ensaios, enquanto se doutora no Rio de Janeiro, em Literatura Comparada.
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Inverdades (Tânia Du Bois)
“... eu me alumbro com a mentira, ela se deslumbra com a verdade” (Carpinejar)
É o processo de socialização que define o que é aceitável ou não. Omissões voluntárias, inverdades e mentiras fazem parte da vida social.
Toda verdade é relativa e devemos considerar “as mentiras” associadas ao desempenho de alguns papéis profissionais. Neles, podemos incluir os poetas que usam a “flexibilidade moral” para revelar os mistérios da literatura; dar vida a expressões mortas, criar palavras com sentimentos. Como afirmou Mário Quintana, “A poesia é talvez a invenção da verdade”; e na tradução de Antônio Olinto: “... a poesia acaba sendo a invenção da verdade ou a invenção de pequenas grandes verdades que, por momentos, elevem o homem acima da sua contingência.”
Maria de Lourdes Mallmann ao poetizar “Inverdades”, apresenta:
“Na vida somos atores / representando papéis / que nos impedem de Ser.
Vivemos uma inverdade / na prática de ações / que não queremos fazer.//
...
Os sonhos são ilusões / enganando a todo instante / fraudando as esperanças.
O artista mente, inventa / cria o que não existe / sobrevive da lembrança.”
e comenta: “as mentiras do homem podem ser as verdades do poeta. Ou será que a poesia é uma mentira que o homem quer revelar como verdade? Na poesia é necessário perceber a grandiosidade do que expressam e refletir nos mistérios da vida e da existência.”
Umberto Eco, juntamente com Marisa Bonazzi, em “Mentiras que Parecem Verdades”, analisa a pluralidade dos significados num mesmo significante, sempre voltado ao pensamento filosófico, não perdendo o equilíbrio do discurso, e mostrando-nos a consciência crítica dos perigos do ilusionismo.
Os poetas não podem ter o senso do certo ou errado; inverdades, porque toda a verdade é relativa: o que pode tornar a mentira uma questão moral é a intenção do mentiroso e a flexibilidade moral pode ser a chave para o sucesso profissional.
Temos Pedro Du Bois que retrata o que os poetas dizem porque não temem o que sentem:
“Mentiu o compromisso / de trazer a luz da manhã
presente no movimento / e no descompromisso
com que a natureza / produz seus fatos
...
Não mentiu o sonho / de transfiguração do corpo
e nele a luz / permanece inconstante.”
/////
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