Translate

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Revista Escrita

Wladyr Náder*, um dos principais responsáveis pelo chamado boom da literatura brasileira na década de 1970, quando esteve à frente da revista Escrita**, já perdeu patrimônio pessoal para alimentar o sonho de abrir espaço para os novos... Foi assim naquela época (entre 1976 e 1988, com interrupções) e... continua assim até hoje... Agora, ele está à frente da versão eletrônica da revista Escrita... Convido você a visitá-la, divulgá-la, colaborar com ela...


* Wladyr Náder é daquelas pessoas que em qualquer país já teria sido homenageado com uma estátua pública, em vida, pelos serviços prestados à cultura nacional, e que, infelizmente, no Brasil, não é devidamente valorizado...

** Quem quiser conhecer um pouco mais o que foi a Escrita, em sua fase impressa, pode consultar o link abaixo, onde, na série "Revistas Literárias da Década de 1970", dediquei quatro artigos a descrever o conteúdo da revista.

Abraços a todos do
luiz ruffato
/////

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bilhete de Chico Lopes*

(Escritor Chico Lopes)



Caro Nilto:


Obrigado por me citar lá entre teus amigos no “Literatura sem Fronteiras”. E também, logo abaixo, tem um quadro meu, o do curiango em fim de tarde mineira, ilustrando um poema do Dubois. Fiquei contente que minhas imagens estejam andando por aí... Quanto à satisfação tua, entendo-a completamente. Mas "realização" é um conceito infeliz, visto que realizado é impossível ser, pois que, como ser humano, estamos sempre incompletos, por fazer, e Nietszche bem dizia que "atingir um ideal é superá-lo". Realização, grosso modo, é Paraíso, e Paraíso não existe e, toda vez que ele existiu, fomos expulsos dele, para não morrermos de tédio e improvisarmos nossa própria versão da humanidade, metade eufórica, metade agônica, sempre, desgraçada e apaixonadamente. Somos os que vão ao Inferno à procura de Luz mesmo, como dizia o sábio Lupiscínio. Agora, você é dos contistas mais saborosos deste país, digo e repito. Mistura dor e humor com muita graça e perícia.

Abraços

Chico Lopes



*Chico Lopes, escritor de Poços de Caldas cuja carreira nacional de contista vem crescendo dia após dia, experimenta agora um novo território – o internacional, saindo em Lisboa numa antologia de contos que reúne contistas brasileiros e portugueses. O livro chama-se SÓ AGORA VEJO CRESCER EM MIM AS MÃOS DO MEU PAI e sairá pela editora Pasárgada. O título traz um trecho de um poema do poeta Iacyr Anderson Freitas, de Juiz de Fora, a partir do qual o editor, Ozias Filho, propôs a escritores brasileiros e portugueses o desafio de escreverem um conto de cerca de cinco páginas. Chico Lopes aceitou com prazer o desafio, visto que uma constante de sua obra da contista e novelista é a relação de um filho pequeno ou adolescente com um pai problemático, ausente espiritual ou fisicamente. Isso já lhe rendeu contos como “A fresta” em “Nó de sombras” e “Belmiro agoniza” em “Dobras da noite“, entre outros.

/////