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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Monte de leituras

Caros amigos, iniciei hoje uma série especial (em cinco partes) sobre o grande Lawrence Durrell, autor de O quarteto de Alexandria. Caso haja interesse nesse e em outros post, acesse www.armonte.wordpress.com


Obrigado a todos, e um grande abraço. Alfredo Monte
 
(Trecho)
 
A primeira leitura que fiz, ao mudar para a rua Messia Assu, onde residi por dezoito anos, foi a de O quinteto de Avignon (1974-1985), de Lawrence Durrell (1912-1990). Agora que me instalei em outro lugar, numa casa na avenida Marechal Deodoro, estou me ocupando novamente—como “leitura inaugural” e como rito propiciatório—com o “quinconce” durrelliano, me valendo da mesma tradução de Waltensir Dutra, publicada pela Estação Liberdade entre 1989 e 1992 e que batizou meu período de vida no meu saudoso apartamento.


No ano da minha mudança para a Messia Assu (1992), eu já lera os dois primeiros volumes, Monsieur ou O Príncipe das Trevas (na tradução portuguesa do grande Daniel Gonçalves, o mesmo de O quarteto de Alexandria), e Livia. Este, apesar de traduzido competentemente por Margarida Vasconcellos Dias (lida por mim, numa série publicada pela Abril Cultural nos anos 80), apresenta uma série de erros, a começar pelo subtítulo, Enterrada viva (de fato, é Enterrado vivo, referindo-se explicitamente ao escritor Blanford), e outros detalhes menores, como transformar a lésbica Trash num homem. Tais deslizes se deram porque Margarida Vasconcellos Dias só deve, possivelmente, ter lido o volume que estava traduzindo, e se Durrell oferece várias armadilhas aos seus tradutores mais constantes, como o próprio e brilhante Daniel Gonçalves (que desabafou: ”Durrell pretende algures que o autor tem o direito de escrever até aquilo que ele próprio não sabe o que quer dizer, mas abusa desse direito criando extremas dificuldades ao tradutor que, nessas circunstâncias, encontra-se impossibilitado de concretizar o dever de fidelidade ao pensamento—confuso, impreciso, inexistente—do autor”), imagine se a pessoa tiver conhecimento mais limitado da sua obra e do seu estilo intrincado e (auto)alusivo.

(Continua)
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velho/ano/novo (Silmar Bohrer)


Vai-se o trinta e um
dezembrino.


Dias risonhos.


Mechas de vidas
flores
louvores
amores.


Pechas de sonhos.


Ilusões perdidas
dissabores
desamores
desalentos.


Como será
o dois mil e onze teatino ?


Cabe ao destino...


311210
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