Nito Maciel |
OS CONTOS REUNIDOS DE UM MESTRE RECRIADOR DA AVENTURA HUMANA
Cantam suas insistências os sapos nos brejais, os recentes brejais nascidos nesses dias chuvosos, abundantemente, como se fossem os primeiros dias nascidos de um mundo novo e vasto. Somam-se os sapos a grilos e a pássaros e à umidade das cores grávidas de mais cores, revelações de recém-vidas, mesmo que breves, quiméricas em suas graças. A natureza goza seus ciclos, enfrentando a devastação, o plástico, a fuligem, os rancores e outros monstros que o homem ― este intrínseco estranho ser em nós a ser nós mesmos ― cria e recria, incessantemente. A natureza chora e explode o milagre ante nossos olhos e olfatos. Chove. Chove na ferrugem das segundas-feiras, e um sábio transpira de pena à mão sobre o incêndio da vida.