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quarta-feira, 9 de março de 2011

Fúcsia (W. J. Solha)



Vitória Lima lançou pelas Edições Linha D´Água, de João Pessoa, um delicado livro de poemas marcados por essa cor, fúcsia, que o Houaiss define como rosa forte, vivo e levemente purpúreo, próximo ao magenta. Ou, como a poeta nos mostra, bem mais próxima de nós, é aquela que pinta & borda as calçadas sob os nossos intensos jambeiros, em todo setembro. Como o João Batista de Brito fez com os poemas de Sérgio de Castro Pinto, poder-se-ia escrever uma tese sobre essa expressão “pinta & borda”, pela sua leveza e beleza plástica, pela sonoridade, pela feminilidade que evoca, e por seu outro sentindo, o de “faz e acontece”. A referência aparentemente ingênua ao mês em que isso se dá, permanece até que lemos os versos do “11 de setembro”, quando a autora nos diz que não falará do World Trade Center em 2001, mas do Palácio de La Moneda em 73, quando e onde se deu um fim ao socialismo não-violento, ao comunismo não-vermelho, acredito que fúcsia, de Salvador Allende.

terça-feira, 8 de março de 2011

Jornal do Enéas (Nilto Maciel)


(Enéas Athanázio)

Às vésperas do carnaval, antes de fugir para a serra de Baturité, meu berço, o carteiro me entregou um envelope vindo do Sul (do Brasil). Remetente: Enéas Athanázio, meu amigo há quase 40 anos. Não era uma carta, mas o Jornal do Eneás, número 29. Li a primeira página: artigo de outro amigo, Francisco Miguel de Moura, dedicado a Claude Lévi-Strauss.