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segunda-feira, 21 de março de 2011

Cidades (Pedro Du Bois)

Geométrico - Judith Lauand


Tenho suas ruas em retas
e esquinas alongadas: encontros
                            e desencontros


o casario aberto ao espaço
cresce em andares onde esqueço
o solo: desço e carrego no colo
o animal que me habita


entre portas e postes
conheço o vento
que passa: o passado
invernado abre a fresta
e a cidade se recolhe


retorno: na casa desabitada em antes
forço a entrada (forço a passagem)
da pessoa que me acompanha
e sangra a desfaçatez: o animal
foge ao colo e se distancia
em semáforos.


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domingo, 20 de março de 2011

Ventos poéticos (Tânia Du Bois)




“Grão de areia arrastado pelo ar, eu sentia sumir-me o chão dos pés, levitar, alçar voo... E me guiavam os quatro ventos...”. Nilto Maciel, em sua poética, mostra-nos que as mudanças climáticas afetam a vida e a paisagem dos homens. Fazemos ideia do poder que o vento tem? O que se revela ao decidirmos sair em caminhada para sentir o vento? Esse, o desafio.


Jorge Xerxes poetiza que “Cada um de nós / traz dentro do peito / uma brisa / alguns dias sopra fraca / parece sufocar a calmaria...” E Benedito Cesar Silva revela: “Folhagens ao vento / gosto de beijo marcado / olhar paralelo.”