Translate

quarta-feira, 30 de março de 2011

O que é conto? (Nilto Maciel)


(Machado de Assis)

Os manuais e os dicionários de literatura ensinam que o conto deve ter em si um só drama, um só conflito, uma só unidade dramática, uma só história, uma só ação, uma única célula dramática. Por isso, o conto rejeita as digressões e as extrapolações, ou seja, o passado anterior ao episódio é irrelevante, assim como o são os sucessos posteriores. Sendo o tempo limitado ao momento do drama, também o espaço seria circunscrito a uma sala, um cômodo. Sendo tudo tão restrito, por que as personagens seriam muitas? E a linguagem do conto? A da concisão, com predomínio do diálogo. Chegado o epílogo, o contista há de ter guardado um enigma. Ou o desfecho inesperado, embora determinado desde o começo. E mais uma infinidade de regras, limites, modelos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Réquiem para um anjo (João Carlos Taveira)


(Clovis Sena)

Clovis Sena não está morto. Depois de uma vida inteira dedicada à família, ao trabalho e aos amigos, foi convocado para seguir rumo à outra dimensão. Insisto. Clovis Sena não está morto. Depois de uma vida inteira dedicada ao jornalismo, ao cinema, à literatura, à música, às artes plásticas, partiu em 15 de fevereiro de 2011, conduzido pela “indesejada das gentes”. Mas sua missão estava cumprida. Não deixou nada por fazer entre os homens nem débito entre os anjos. Seu crédito agora transcende céus e estrelas.