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sábado, 2 de abril de 2011

Coisas Engraçadas de Não se Rir II: Monólogo Poético (Raymundo Netto)


(A inveja, de Sebastián de Covarrubias)

Dava-se dia ensolarado e, à calçada, encontrei aquele escritor que acabara de lançar o livro príncipe. Poesia, para variar e aderir à coorte. O “poeta”, reconhecendo-me em suposta conta de intelectual — tal como o próprio, certamente — discorreu sobre o sucesso do lançamento de tão aguardada obra. Sorrisando largo o olhar faiscante, segredou, com devido anúncio de reserva, que o TT da madrugada anunciara — coisa que fez também, e ele não sabia, com todos os 500 usuários de seu espaço cultural —, o recorde, o maior sucesso da história de lançamentos nesta província.

Metades (Inocêncio de Melo Filho)





A bolsa e a mulher
A mulher e a bolsa
Seguem os mesmos caminhos
Ocultam os mesmos enigmas
A bolsa e a mulher
A mulher e a bolsa
Faces e facetas
Metades que se completam
No universo do ser
E das coisas.


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