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sábado, 28 de maio de 2011

Belvedere Bruno entrevista Nilto Maciel

(Publicado originalmente em Literacia – literaciaentrevistasetc.blogspot.com, de 5/5/2011)



Literacia - Como você vê o atual cenário literário do país?
NM – Se a literatura nasce dos livros e da leitura, a utilização de livros e leitura se inicia na escola. Portanto, para que uma literatura se faça, é necessário que a escola exista e seja boa. No Brasil, a escola não conduz o aluno ao livro, à leitura. A maioria dos estudantes não sabe ler ou não tem o hábito de ler. O que salva a literatura brasileira é a lei natural que faz com que um menino ou menina se dedique a ler, tome gosto pelos livros e chegue a também escrever. É o caso de Machado de Assis, Lima Barreto e tantos outros escritores de origem pobre. A literatura é a irmã desprezada da família das artes. Aquela que os pais desprezam, os padrastos rejeitam, os vizinhos escorraçam, a polícia prende e machuca, os homens no poder chamam de loucos. Tirante um ou outro Paulo Coelho, não há um só escritor brasileiro que consiga se alimentar uma vez por dia, se depender da venda de seus livros. Todo escritor tem uma profissão: médico, advogado, funcionário público, bancário, etc. Apesar disso, temos tido ótimos escritores, que podem ser postos ao lado dos grandes do mundo. Talvez não tenhamos nenhum do tamanho de Camões, Dante e Shakespeare. Com o surgimento da Internet, este quadro tende a melhorar. O estímulo a ler e escrever é muito maior hoje. Assim como a publicar.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Argonautas (Manuel Soares Bulcão Neto)


Uma noite no século. No meu apartamento, bebida, música, baralho. Comigo, jogam pife-pafe Thiago Pauli e Alves de Aquino - Este, professor de Filosofia e escritor, tem por pseudônimo "O Poeta de Meia-Tigela" (aviso aos gulliveres e liliputianos: a tigela é de "Brobdingnag"). Eis que, numa rádio da Internet, Caetano canta "Os argonautas": "Navegar é preciso, viver não é preciso…". Assim como um estalo, associo a frase (lema da Escola de Sagres) com jogo de azar, ciência e nossas vidas inintencionalmente erráticas, "imprecisas". Nesta crônica, desenvolvo "grosso modo" meu pensamento.