I - Esses viventes estranhos, metidos a querer saber de quase tudo, a ser “antenas da raça”. São seres falíveis, feito quaisquer unzinhos; cheios de defeitos, pululam por aí emitindo opiniões sobre o planeta e arredores. Dariam uma enciclopédia em cem volumes todas as previsões, dicas e besteiras que proferiram pelos tempos afora.
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quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Carmélia Aragão e a transparência dos seres (Nilto Maciel)
(Pedro Salgueiro, Carmélia, Nilto, Aíla Sampaio e Raymundo Netto, numa festa literária, em Fortaleza)
Achava-me numa praia, sentado na areia. Ninguém à vista, nenhum banhista, nenhum pescador. À esquerda, centenas de pequeninas tartarugas corriam para as águas. Como se aquilo eu visse todo dia, voltava a olhar para o mar. Que fossem cumprir seu destino. Pássaros sobrevoavam as ondas. Aqui e ali, salpicavam luzes na crista agitada do monstro. Ondinas em constante saltitar. Uma delas, porém, me pareceu mais nítida, insistente, como se viva estivesse. E crescia aos meus olhos ou de mim se aproximava. Que seria? Como me fazia falta um binóculo! Não, não precisava disso. O corpo, cada vez mais próximo de onde eu me encontrava, lembrou-me uma sereia. Primeiro vi os cabelos molhados, longos, escuros. Rosto de mulher. Mostraram-se o pescoço, o colo, a veste branca. Não nadava, flutuava. Assustei-me, cocei a cabeça, esfreguei os olhos. Meu Deus, vinha ao meu encontro aquela mulher saída do mar! A sorrir, faceira, pernas à mostra.
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