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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Subverso (Raymundo Netto)


Horas. Horas. Horas.
Insistia o relógio na parede: desista, homem!
A manhã sobranceirava à ruína da caneta embotada há tempos.
Imerso num oceano de sem-ideias, o gramático se rendia à evidência:
“Não consigo escrever... Logo eu?”

terça-feira, 5 de julho de 2011

A chave do tamanho (W. J. Solha)



As obras de arte às vezes nos levam a Lilliput, às vezes a Brobdingnag. O que importa é se são perfeitas.
Sobre os poemas de Sérgio de Castro Pinto foi dito que são claros, ágeis, nítidos, suficientes (Câmara Cascudo); escritos com maestria e senso de humor (Ferreira Gullar); têm uma concisão que beira com frequência a lapidaridade (José Paulo Paes); coisa de quem monta o mundo em pelo (Lygia Fagundes Telles); têm o dom de captar o incaptável e de ver o invisível (Hildeberto Barbosa Filho); são a reinvenção da metáfora (José Louzeiro); obra de um poeta com astúcia verbal (Fábio Lucas).