A tela do avesso, o avesso da tela
Do avesso (Com-Arte, 2010) é o livro de estréia de Renato Tardivo. Neste livro, composto por dezenove textos, Renato nos cumprimenta com uma belíssima epigrafe: “Só há um único destino àquele que viaja: o futuro do pretérito”.
Tal como Paul Celan, o poeta romeno, nos diz que a poesia é como um aperto de mãos e que somente mãos verdadeiras escrevem poemas verdadeiros: Renato Tardivo nos brinda com esta epigrafe-aperto-de-mãos que não só profetiza o que virá, mas nos revela o tom cíclico e oracular do qual a literatura de Renato se faz testemunha silenciosa. O fim é o começo, o começo é o fim. Mas que tem a literatura a ver com isso e, mais especificamente, a literatura de Renato Tardivo?