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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Realizar (Pedro Du Bois)


Realizo o sonho ao destino
ofertado. Retiro a irrealidade
e a contemplo em matéria
rio do segredo
descubro
avanço o tempo
à semeadura
e retorno em colheitas
a casa serve ao senhor
o estio ao crescimento da planta
depois do cultivo
sobre a terra
em inundações lavo a sombra
da irrealidade. Deposito
diante do homem
a sobra na satisfação
do todo.
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A literatura do avesso de Renato Tardivo* (Daniel Franção Stanchi*)



A tela do avesso, o avesso da tela

Do avesso (Com-Arte, 2010) é o livro de estréia de Renato Tardivo. Neste livro, composto por dezenove textos, Renato nos cumprimenta com uma belíssima epigrafe: “Só há um único destino àquele que viaja: o futuro do pretérito”.

Tal como Paul Celan, o poeta romeno, nos diz que a poesia é como um aperto de mãos e que somente mãos verdadeiras escrevem poemas verdadeiros: Renato Tardivo nos brinda com esta epigrafe-aperto-de-mãos que não só profetiza o que virá, mas nos revela o tom cíclico e oracular do qual a literatura de Renato se faz testemunha silenciosa. O fim é o começo, o começo é o fim. Mas que tem a literatura a ver com isso e, mais especificamente, a literatura de Renato Tardivo?