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sábado, 23 de julho de 2011

Comigo (Inocêncio de Melo Filho)

Para Fernanda Guerra


 
Por que és tão linda?
Por que tens o rosto da santa
Que me contemplou na infância?
Por que não vens comigo
Acordar o novo dia?
Por que não me acolhes
Entre as tuas mãos?
Por que foges de mim
Quando lhe destino meu olhar?
Por que não me deitas
Na brancura do seu corpo
Para que eu desperte refeito?...
Indago a mim
Com os olhos fixos em seu retrato
Insubmisso às ações do tempo.
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Capitu e Escobar (W. J. Solha)



Ele chegou à casa de Bentinho ao anoitecer, mas foi Capitu quem o recebeu e o livrou da bengala, valise, chapéu-coco (as luvas dentro), dizendo que os criados já se haviam recolhido e que o marido fora sozinho ao teatro, como previsto (ante o argumento, dela, de que não se sentia bem). Ficaram os “cunhadinhos” – como gostavam de se alcunhar – livres para o balanço do pecúlio que, em segredo, a senhora Capitolina Pádua Santiago amealhava e o amigo convertia em libras.