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domingo, 7 de agosto de 2011

Falando português na Rússia (Adelto Gonçalves*)


Trabalho do Centro Lusófono Camões, de São Petersburgo, é muito importante na difusão da Língua Portuguesa



SÃO PETERSBURGO – O que leva um jovem russo a procurar aprender o idioma português? Para Diana Shpilevskaya, 22 anos, tudo começou em 2005, quando foi a Inglaterra aperfeiçoar o seu inglês. “Estudei numa cidade pequena chamada Exeter e meu curso durou duas semanas num grupo de 12 pessoas, das quais oito eram do Brasil”, diz. “Lá, pela primeira vez, ouvi a língua portuguesa na vida real e a achei tão bonita que, ao voltar para a Rússia, comecei a estudá-la sozinha”, conta. “Assim, aqueles oito estudantes brasileiros mudaram a minha vida sem que soubessem disso", acrescenta Diana, que é graduada pela Faculdade de Letras Estrangeiras da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, e sonha fazer mestrado na Universidade de São Paulo.

sábado, 6 de agosto de 2011

Poemas (Kelson Oliveira*)

Para comover borboletas






PONTUALIDADE

Um dia aquele homem ia ser ele mesmo
mas se atrasou para a cerimônia.



TESOURO


De vez em quando me soltam
numa floresta de cataventos.
Volto montado sobre uma metáfora.
Os cataventos bem sabem
onde as vozes esconderam
seus tesouros poéticos.



NOITE COM BORBOLETAS


Sentei à mesa com borboletas azuis e amarelas.
Garrafas de pólen e paisagens
se estenderam em nossas bocas.
Nos embriagamos
como flores se embriagam à luz solar.
Durante a madrugada escrevi
cem poemas para comovê-las.
Deu perfeito!
De manhãzinha o universo acordou sem roupa:
borboletas são as cores a se amar.


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*Kelson Oliveira é cearense de Limoeiro do Norte, onde cresceu à beira do Rio Jaguaribe. Historiador e antrópólogo, é autor de Quando as letras têm a cor dos sonhos e do estudo antropológico sobre magia Os trabalhos de amor e outras mandingas. Os três poemas acima constam de Para comover borboletas, Editora 7 Letras, 2010.