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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Esta noite de longa cauda (Clauder Arcanjo)



Esta noite de longa cauda
Este silêncio de ex-nauta
Este floreio com flauta
Este sorriso sem pauta
Esta morada de argonauta
Este sonho de noiva infausta...


Enfim, estas dores, tangidas
Como de um tudo, sem falta.
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

O inventor de mundos (Henrique Marques-Samyn)

(Publicado em 19/09/2011 no site "Clave Crítica: semanário de ensaística e crítica literária": http://clavecritica.wordpress.com

Muitos já disseram que escrever é inventar mundos. Sendo possível rastrear um duplo sentido para o verbo inventar, a partir de sua raiz etimológica − visto que deriva do verbo latino invenio, -ire, originalmente ‘encontrar’, com a acepção figurada ‘imaginar’ −, a definição inicialmente proposta vislumbraria na escrita tanto a arte de fabular mundos (por meio de uma inversão dos princípios que ordenam o real) quanto a arte de encontrar mundos (que estão de algum modo relacionados à realidade, mas que escapam à experiência cotidiana por razões diversas).