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sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Dércio Braúna (W.J. Solha)
Li, dele, os contos de Como um cão que sonha a noite só e os versos de Metal sem Húmus. Sintonia, no entanto, é coisa de momento, de magia. Passei séculos para aceitar a Chacona de Bach, esmagado pela beleza imponente da Tocata e Fuga em Ré e da Paixão segundo São Mateus. Daí que o que me marcou mesmo, do cearense Dércio Braúna, foram os detalhes de A Selvagem Língua do Coração das Coisas.“Detalhes” no sentido usado em artes plásticas, em que pormenores de algumas obras encantam tanto ou maisque elas inteiras.
Parece que a propósito, o poeta diz, num dos poemas desse livro:
Deslumbrar de tudo
é que bem queria!
Mas o coração
(um bloco de pedra todo riscado com gritos)...
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