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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cores (Pedro Du Bois)




Das cores fujo em descolorido caminho:
a imagem acredita no espelho. Espalho
espantos. Espero a lua infantil da lembrança
e lanço cumprimentos: digo bom dia ao transeunte
e junto meu corpo à fila do aguardado ônibus.
Não pergunto o destino: lamento o ocorrido.
Não me aproximo; conservo a distância
na criação inconstante: o lucro exorbita
a promessa de me manter vazio
em indiferenças. Sem cores ressurjo
amadurecido. Retiro a cortina e na vitrina
não sou a imagem atrás da porta.

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Epígono de Câmara Cascudo (Márcio de Lima Dantas*)




Penso que poucos são herdeiros do padrão de interesses e pesquisas chantado por Câmara Cascudo. Lastro extremamente fértil e pleno de pistas, porém aguardando ainda estudos de maior envergadura, não apenas sobre a obra, mas sobre o que deixou esboçado ou apenas colhido, superficialmente, na frondosa árvore dos fenômenos culturais.