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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Epigramas (Hilton Valeriano)



Sabe-se do amor a ênfase ao corpo
quando o critério é sexo sem decoro.
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Clame à cama os louvores de Eros.
Não leve à cama os torpores do tédio.
***
Faz da cama o altar da libido
quem à Eros dá ouvido.

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Hilton Valeriano. Professor de filosofia na Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo. Editor do blog Poesia Diversa (www.poesiadiversidade.blogspot.com), com poemas publicados em revistas como Zunái, Germina, Sibila, Jornal de Poesia, Diversos-afins.

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Dois poemas (Inocêncio de Melo Filho)



Em companhia I



Agora estou só
E a voz de Chico Buarque
Invade meu silêncio
Com sílabas, versos e canções
Olho à minha volta
Ouço a voz de Chico Buarque
Dentro de mim
Abro a boca
Não consigo cantar
Estou só em silêncio
Com muito barulho
No meu ser.


Em companhia II


Agora chove
Estou só com a voz de Chico Buarque
Que se eleva aos céus
Misturando-se à chuva que cai
Forte no meu telhado
Bordando-o de sílabas cantantes
Que se vão
Seguindo o caminho do mar.
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