Brevidades (Passo Fundo, 2012), de Pedro Du Bois, é um livro cifrado, aparentemente obscuro. Minha primeira reação ante seus poemas foi a de supô-los resultado de um retorno ao dadaísmo, conforme esta receita de Tristan Tzara:
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.