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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Confluentes (Silmar Bohrer)




Passageiros da imensa
roda-gigante
dos anos
subimos girando
girando descemos
transeuntes do tempo
pelas rotas da vida.
(Velas) singrando
mares bravios
águas revoltas
ziguezagues
ligeiros
somos todos
uma só correnteza
um mesmo rio
correndo
para o desconhecido
mar (in) finito

//////

Enigma Du Bois (W. J. Solha)



Brevidades (Passo Fundo, 2012), de Pedro Du Bois, é um livro cifrado, aparentemente obscuro. Minha primeira reação ante seus poemas foi a de supô-los resultado de um retorno ao dadaísmo, conforme esta receita de Tristan Tzara:

Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.