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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come (Nilto Maciel)


Segundo os antigos, se conselho fosse bom, ninguém dava. Todo dia, no entanto, recebo uma dezena desses manjares. Um dos mais frequentes é este: “Nilto, pare com essa besteira de criticar escritor medíocre. Não perca seu tempo com isso. Vá revisar os seus contos e romances, antes que seja tarde demais”. Tenho plena consciência de que estou velho. É para não entregar a bolsa à insaciável e eterna ladra que persisto em escrever e estudar. O ofício de editor (o jornal Intercâmbio, anos 70; as revistas O saco, 1976/77, e Literatura, 1992/2008; e o blog Literatura sem fronteiras, desde setembro de 2005) não me deixa, porém, abandonar a pena. Pois toda tarde recolho (o carteiro lança pacotes sobre o muro) livros, com rogos de leitura e comentário: “Nem que seja uma linha”. Os mais afoitos me suplicam prefácios ou pequenos textos para orelha. Chegam, por e-mail, diariamente, poemas, contos, crônicas, artigos, ensaios. Ora, para publicar ou deletar, preciso lê-los. Não posso, portanto, deixar de passar a vista por obras medianas e de baixa qualidade.

domingo, 1 de julho de 2012

Solenidade (Ronaldo Monte)

(Maria Valéria Rezende)

Era realmente uma sessão solene. A escritora e humanista Maria Valéria Rezende recebia o título de cidadã na Câmara Municipal de João Pessoa, proposto pela Vereadora Sandra Marrocos. O ambiente fervia de emoção com a sucessão de manifestações de carinho e respeito pela amiga fraterna. De repente, o clima foi rompido por uma gargalhada vinda das galerias. A pessoa que falava tentou recuperar o tom emotivo, mas uma nova gargalhada se chocou contra a redoma de afeto que nos envolvia.