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domingo, 29 de julho de 2012

A suíte de silêncios de Marília Arnaud (W. J. Solha)

Deixo-lhe a melodia tecida nas cordas da minha carne, nos acordes da minha memória, na cadência do meu coração, a melodia-existência, labiríntica como o espírito, misteriosa como o tempo, definitiva como a morte. Último parágrafo do romance
 


Aquela que até agora era conhecida como brilhante contista, não começa o seu primeiro romance (Editora Rocco, Rio, 2012) com ganas de deslumbrar o leitor. Nada parecido com as quatro notas iniciais da Quinta de Beethoven; com as marteladas de piano que abrem o concerto número um, pra piano e orquestra, de Tchaikosky; a clarineta virtuosística de Rhapsody in Blue, a imponência da Abertura de O Guarani. Porque a violinista Duína – a personagem-narradora de Marília Arnaud – não nos quer levar a nada de grandioso, imponente, grandiloquente, arrebatador. Seu clima é o da Ária na Quarta Corda Sol, de Bach; do Adagietto da Quinta de Mahler; a do tristíssimo, lento – e maravilhoso – solo das peças para piano de Éric Satie, como Trois Gymnopédies e Trois Gnossiennes.



sábado, 28 de julho de 2012

Repensar a morte (Tânia Du Bois)

(Para Carlos Pessoa Rosa)


Nossas imaginárias linhas, justificando a vida e a morte. (Pedro Du Bois)

Preciso exercitar o viver, porque tudo na vida são fases. Muitas vezes, fico pensando, cadê minha vida? Arrumo tempo para construir e produzir, é um tipo de exercício para projetar o viver a vida. Com o passar do tempo, volto a dar atenção e curtir as coisas de que gosto. Vivo em paz comigo mesma, com os amigos e familiares, o que já considero um grande projeto.